quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Prosa Patética: Reflexo Deformado

Por mais que sua imaginação fosse além do que seus poderes alcançam; sua vontade errante de deixar a felicidade tomar conta da vida do outro é maior. Assim ele começou a beber da água alheia, conteúdo digno de ser chamado de algo superior. Antes porém, havia a duvida sobre o que é o ideal. Se entregar à tentações de pobres infortúnios ou se resguardar em devaneios próprios? Conversou com várias pessoas distantes, ditando uma regra de sedução, uma linha e uma ligação que somente quem está longe pensaria em traçar. Mas a distancia é sonho em cabeças seduzidas, é pensamento de próximo dia, é vontade de ser real e de apalpar a virilidade do futuro. Levantou-se e no espelho viu o futuro das dúvidas de outrora. Sabia que tentações iriam lhe provocar e que seria alvo de olhares em desalinho. Camisa azul e hora desmarcada; não iria mais ver o que seu corpo repudiava. Andou pouco tempo por entre escadas e penumbras tristes. Buscou o combustível que seria o grande artista e protagonista de uma ópera de insanos. A casa; alta e suja. Pessoas feias e musicas amarelamente enjoadas. Ambiente conhecido por olhos vermelhos e cheiro característico. Iniciam-se os jogos. Palavras feias se cruzavam entre olhares de desejo. Belezas exóticas e insultos mudos se cariciavam em barulhos surdos. Sempre que se ouvia o grito do órgão desidratado uma nova história se iniciava a espera de mais um erro banal. Ele sabia muito bem o que estava acontecendo e o que iria acontecer. O antes, o agora e o depois nunca foi segredo quando a coragem se é devorada por feras covardes. Ele se levantou e caminhou até onde poderia saltar, gritar em ondas dobráveis. Quebrar o silêncio de sua educação mordaz. Pulou as ultimas regras que existia em seu âmago desestabilizado. Lembrou-se do espelho e de como seria ver alguém feliz. Sua vontade tão pouco importava. Relutou diante da oração de seus delírios angelicais, mas era tarde demais. Entregou-se em luz clara à altivez da mentira. Diante da confusão liquida e carnal da situação ensolarada; lembrou-se do reflexo de um boneco destruído por instintos.

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